20.6.07

ÁRIA

Espalhava suas notas em falsete. Escondia-se por trás daquelas que, um dia, forjaram o refrão mais esperado - e acreditava àquela época, malgrado toda realidade que se fazia apresentar, que repetiriam-se aqueles versos no infinito de suas composições. Seus dias eram sonatas. Experimentava os segundos com a delicadeza de passos conduzidos por sobre uma passarela de desejos; dali a outros, ensaiava miúdos passos numa marcha desconcertante rumo ao que se desconhece das próprias emoções. Sem partituras. Sem regência a pautar seus ritmos e arroubos. Em ária - letra e melodia - magistralmente, seus dias em valsas ela mesma compunha.



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Do tempo:
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Um comentário:

Luciana disse...

Finalmente apareço por aqui!! A falta de tempo e de pc encerra a vida virtual de qualquer 1 =/
Seus blogs são de um extremo bom gosto e repleto de lindas palavras (pra variar)
Saudades!!

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