19.12.07

DE ENCONTROS II – O FIM DA PRIMAVERA

De longe, eu a observava. Sentada no meio fio, recostada junto à parede, o corpo curvado por sobre suas pernas dobradas bem junto ao peito. Recriara naquele fim de primavera o bucolismo próprio do entardecer d’outros tempos... Pude reconhecê-la naquele mesmo olhar perdido - era a mesma, embora as feições mais graves a tentassem disfarçar...Talvez mais madura - suas lágrimas contidas como que por orgulho; talvez não mais acreditasse em finais felizes...Revelava em seu rosto levemente erguido a mesma dor sufocada, a mesma impressão rarefeita. De novo, somente o arrependimento até então não conhecido... Era a mesma menina das demais primaveras. A flor d’outros dias, ela ainda era.



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Do tempo:
Registre-se, publique-se e cumpra-se.
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