15.5.08

A CURA

De joelhos, o rosto marcado das horas passadas. Horas sonhadas, desejos retalhados pelo fim. Ao fundo, um bolero compassava o choro - antes sufocado - e embalava as lembranças de um tempo bom. Enfrentava, embora não sem medo, o caminho que se mostrava longe e indefinido, e agora, precisaria ser percorrido. Temia o que poderia ser um desvio definitivo, a despedida da única certeza que a alimentara durante anos...
E assim, como que num ritual, despiu-se do passado. Deixou-se curar.




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Do tempo:
Registre-se, publique-se e cumpra-se.
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